Tutorial da applet "Circuitos RC/RLC e Filtros"

 

 

Indíce

Como utilizar a applet

Esta applet disponibiliza várias janelas ao utilizador, a primeira dá acesso à segunda janela, onde são disponibilizadas através de três menus o acesso aos diferentes circuitos que a applet permite simular. O utilizador deve introduzir correctamente o valor de todos os componentes do circuito e no final pressionar o botão "Resultados". Caso não sejam introduzidos todos os valores dos componentes dos circuitos, ou sejam introduzidos caracteres não desejados, o utilizador é informado com uma mensagem de erro.Voltar ao Indíce

Funcionalidades da applet

  • Introdução do valor de todos os componentes do circuito.
  • Estudo de circuitos RC/RLC
    • Ao Escalão  unitário
    • Circuito RC série
    • Circuito RC paralelo
    • Circuito RLC série
    • Circuito RLC paralelo
  • Domínio da frequência
    • Circuito RC série
    • Circuito RC paralelo
    • Circuito RLC série
    • Circuito RLC paralelo
  • Filtros passivos de 1ª e 2ª ordem
    • Passa baixo de 1ª ordem
    • Passa alto de 1ª ordem
    • Passa baixo de 2ª ordem
    • Passa alto de 2ª ordem
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Descrição da interface gráfica da applet

Menu inicial da applet:

1 - Menu Opções relativas ao “escalão ” unitário: Dá a possibilidade de efectuar o estudo dos circuitos RC/RLC série e paralelo no tempo. Voltar

2 - Menu Opções relativas ao domínio da frequência: Dá a possibilidade de efectuar o estudo dos circuitos RC/RLC série e paralelo na frequência. Voltar

3 - Menu Opções relativas a filtros passivos de 1ª e 2ª ordem: Dá a possibilidade de efectuar o estudo dos filtros passa baixo e passa alto de 1ª e 2ª ordem. Voltar

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Exemplo de simulação dum circuito:

1 - Campo para introdução do valor da resistência em Ohm. Voltar

2 - Campo para introdução do valor da bobine em Henry. Voltar

3 - Campo para introdução do valor do condensador em Farad. Voltar

4 - Circuito que está a ser simulado. Voltar

5 - Gráfico que representa um plano de D'Argand onde são apresentados os polos do sistema. Voltar

6 - Gráfico que representa o diagrama bode de Frequência do circuito. Voltar

7 - Gráfico que representa o diagrama bode de Fase do circuito. Voltar

8 - Botão Resultados: Após premir são actualizados os campos 5, 6 e 7. Voltar

 

 

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Resposta no tempo ao “escalão ” unitário

Degrau unitário é a função que anula para todos os valores do seu argumento que sejam menores que zero e que é um para todos os valores positivos do argumento.
Se x for o argumento e representarmos a função degrau unitário por U, então U (x) será zero para todos os valores de x menores que zero e, deste modo, será um para todos os x maiores que zero.

Em x=0, U(x) muda de 0 para 1. O valor para x=0  não é definido mas é conhecido para todos os valores arbitrariamente perto de x=0.

Este comportamento é indicado através de:

Definição matemática do Degrau Unitário:

Então: sendo a sua transformada de Laplace:

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Resposta completa do circuito RC série

Circuito RC série:

 

e sabendo que, e , temos

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Resposta completa do circuito RC paralelo

Circuito RC paralelo:

e sabendo que, e , temos

Como estamos perante circuitos de primeira ordem, a saída, relaciona-se com a entrada, através da equação , em que k é o ganho do sistema e a constante de tempo.

A função transferência será em que é o sinal de entrada e é o sinal de saída.

Um sistema de primeira ordem possui uma equação característica com apenas uma singularidade, ou seja, um único pólo. O pólo do sistema está localizado sobre o eixo real no ponto de abcissa .

A resposta ao degrau unitário será em que

Pela transformada inversa temos

A constante de tempo do sistema () corresponde ao tempo necessário para que o sinal de saída seja igual a 0,632 do seu valor estacionário (quando t tende para infinito).

O tempo de subida do sistema corresponde ao tempo necessário para que o sinal de saída cresça de 10% a 90% do seu valor final. Supondo k=1 teremos:

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Resposta completa do circuito RLC série

Circuito RLC série:

Sabendo que:

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Resposta completa do circuito RLC paralelo

Circuito RLC paralelo:

Sabendo que:

Temos:

Nos circuitos de segunda ordem podemos ter vários tipos de sistema nomeadamente:

  • Se ambos os pólos da função transferência são reais negativos e iguais a -> sistema sobre amortecido

Supondo que a resposta ao degrau unitário será

  • Se os pólos são iguais reais e negativos e iguais a -> sistema criticamente amortecido.

Supondo que a resposta ao degrau unitário será

  • Se os pólos são complexos conjugados com partes reais negativas -> sistema sub amortecido.

Supondo que  a resposta ao degrau unitário será

  • Se os pólos estão no semi plano direito, logo o sistema é instável.

  • Se os pólos se encontram no semi plano esquerdo, o sistema comporta-se como um sistema estável.
Para um sistema de segunda ordem cujo coeficiente de amortecimento está compreendido entre 0 e 1, temos os seguintes parâmetros:
  • Tempo de pico  (só faz sentido calcular quando temos um sistema sub amortecido). É definido como o tempo necessário para que o sinal de saída alcance o ponto de amplitude máxima (máximo de sobre-elevação). Deste modo, é determinado pela expressão
  • Sobre-elevação é definida como a amplitude máxima que o sinal de saída atinge. (Só faz sentido calcular para sistemas sub amortecidos). Determina-se pela expressão
  • Percentagem de sobre elevação (PO) é definida como a percentagem de sobre-elevação o quociente (em percentagem) entre o ponto de amplitude máxima e o valor final do sinal de saída. Determina-se pela expressão
  • Tempo de estabelecimento  é definido como o intervalo de tempo necessário para que o sinal de saída alcance e se mantenha numa dada vizinhança do seu valor final. É expressa em termos percentuais pela letra e é usualmente de 2% do valor final. Determina-se através de uma expressão aproximada, nomeadamente,
  • Tempo de subida é definido como o intervalo de tempo necessário para que o sinal de saída na sua subida inicial percorra o intervalo entre 10% e 90% do seu valor final. Se tivermos perante um sistema cujo factor de amortecimento seja de (criticamente amortecido), Para um factor de amortecimento (sobre amortecido), . Para um factor de amortecimento (sub amortecido) é .
  • O ganho estático é calculado pela seguinte expressão e é calculado de igual forma para os três tipos de sistema.
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Resposta em Frequência

A resposta em frequência de um sistema é a sua resposta em estado estacionário quando sujeito a uma entrada do tipo sinusoidal.

A saída do sistema é também um sinal sinusoidal, sendo que a relação entre a entrada e a saída, para cada valor de frequência, pode ser expressa em função de:

  • Relação entre a amplitude do sinal de saída e a amplitude do sinal de entrada (resposta em amplitude);
  • Diferença de fase entre o sinal de saída e o sinal de entrada (resposta em fase).

A resposta em frequência associada a uma função de rede obtém-se fazendo .

Deste modo e como a resposta em frequência é uma grandeza complexa, fica-se com . O módulo é e define-se por característica de amplitude, sendo o argumento igual a definindo-se por característica de fase.

A resposta em frequência obtém-se a partir da relação entre as funções de rede e o regime forçado sinusoidal. Se a variável de entrada for sinusoidal , a variável de saída também vai ser sinusoidal com a mesma frequência , sendo a relação das amplitudes complexas a resposta em frequência, .

Para se obter a característica de amplitude faz-se, o quociente das amplitudes das sinusóides e a característica da fase obtém-se calculando a sua desfasagem . A resposta em frequência obtém-se a partir dos pólos e dos zeros da função de rede correspondente. A partir obtém-se e

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Diagramas de Bode

Através dos diagramas de Bode pode-se representar a resposta em frequência de um circuito. Estes consistem em dois traçados em função do logaritmo da frequência (especialmente espaçadas de décadas ou oitavas). O primeiro representa o módulo da função de transferência em dB (decibel). O segundo traçado representa o ângulo da função de transferência em ordenadas lineares.

Os diagramas de Bode apresentam algumas regras, nomeadamente:

  • Para o diagrama de amplitude:
    1. À frequência de cada pólo o ganho é de -3dB;
    2. Após a frequência do pólo o declive é de -20dB por década (ou -6dB por oitava);
    3. À frequência de cada zero o ganho é de – dB;
    4. Após a frequência do zero o declive é de +20dB por década (ou +6dB por oitava).
  • Para o diagrama de fase:
    1. À frequência de cada pólo o desfasamento é de -45º. Uma década antes é de 0º e uma década depois é de -90º, mantendo-se constante fora desse intervalo;
    2. À frequência de cada zero o desfasamento é de +45º. Uma década antes é de 0º e uma década depois é de +90º, mantendo-se constante fora desse intervalo.

Existem excepções, quando temos:

  1. Pólos na origem
    • Se o sistema possuir n pólos na origem, o ganho à partida é de:
    • E o desfasamento de:
  2. Zeros na origem
    • Se o sistema possuir n zeros na origem, o ganho à partida é de:
    • E o desfasamento de:

Obtém-se os diagramas de Bode usando as expressões

Em que e .

Ganho em dB será

Para baixas frequências temos e o ganho aproximado será .

Para altas-frequências, , temos e o ganho aproximado será .

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Diagramas de Bode – Margem de ganho e Margem de fase

A margem de ganho define-se como o inverso do valor que o diagrama do módulo possui quando o correspondente da fase passa por -180º. Dada pela expressão

A margem de fase define-se como 180º mais o valor que o diagrama de fase possui quando o correspondente do módulo passa por 0 dB. Dada pela expressão

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Filtros Analógicos

Para o estudo de filtros recorre-se à utilização de circuitos lineares representados por uma rede de dois portos.

A função de transferência de um filtro será

Se o grau de numerador for menor que o grau do denominador, zeros em . Para ser um sistema estável os pólos estão situados no semi plano esquerdo ou no eixo (pólos simples).

A resposta em frequência será , o ganho tem como expressão , a atenuação é igual a e o atraso é representado por .

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Filtros passivos de primeira ordem

Em geral, a função transferência é determinada por em que .

O numerador determina que tipo de filtro estamos perante.

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Filtro Passa-Baixo

Filtro passa-baixo:
Estrutura geral:

iremos ter e

Circuito de um filtro passa baixo de 1ª ordem:

A função de transferência correspondente será:
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Filtro Passa Alto

Filtro passa alto:

Circuito de um filtro passa alto de 1ª ordem:

A função de transferência correspondente será:
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Filtros Passivos de segunda ordem

A resposta em frequência dos filtros de segunda ordem é caracterizado por três parâmetros, nomeadamente, ganho K, frequência de corte e factor de qualidade .

Os filtros são projectados de modo a obter os valores requeridos para K, , e .

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Filtro Passa-Baixo de segunda ordem

A função de transferência é:

Quando o circuito em questão é estável, ou seja, e , substituindo s por a função obtida será: em que o ganho é dado por:

Circuito de um filtro passa baixo 2ª ordem:

A função transferência do circuito será:

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Filtro Passa Alto de segunda ordem
Circuito de um filtro passa alto 2ª ordem:

A função de transferência do circuito será:

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Entradas e saídas do sistema

Uma entrada típica deste software consiste em defenir o valor da resistência, do condensador e o ganho do circuito. Ilustra-se o estudo do circuito RC série em resposta ao escalão unitário:

 

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Bibliografia

    • Silva, Manuel de Medeiros, Introdução aos Circuitos Eléctricos e Electrónicos, Fundação Calouste Gulbenkian
    •  http://paginas.fe.up.pt/~amendon/TC-acetatos/acetatos-RLC.pdf
    • Sedra / Smith, Microelectronic Circuits, 4ª edição, Oxford
    • Boylestad, Robert l, Introductory Circuit Analysis, 8ª edição, Boylestad
    • Dorf Richard C., Svoboda James A., Introduction Electric Circuits, 5ª edição, Wiley
    • Chapman, Stephen J. – Java for Engineers and Scientists, 2nd Edition, Pearson – Prentice Hall

 

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Autores da applet

A applet "Circuitos RC/RLC e Filtros" foi criada por adaptação da aplicação Java, desenvolvida por Paula Nascimento no âmbito da disciplina de Projecto (3º ano do Bacharelato).
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